quinta-feira, outubro 29, 2009

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Oi pessoal,
Desculpa a demora em deixar algo pra vocês. Tendo como espelho nossa querida Júlia, em seu blog,vou colocar a culpa no tempo...uma vez a gente tendo tempo. Complicado!
Eu já tô enjoado de falar de tempo, 70% desse blog é a respeito do tempo, tempo esse que vocês não sabem valorizar. Não aprenderam a lição!

Hoje vou trazer Clarice. Todo mundo diz: Eu leio Clarice!
Clarice não pediu pra ser lida, ela pediu pra ser absorvida, entendida, aprendida... E em seus textos há mudança de comportamento, de pensamento, de ver o mundo.Quando não há mudança, nada adiantou ler Clarice.vocês têm que "queimar as pestanas" para entrar fundo no texto dela. Seus textos são muitos difíceis.

A Hora da Estrela
A culpa é minha
ou
A Hora da Estrela
ou
Ela que se arranje
ou
O direito ao grito
Quanto ao futuro
ou
Lamento de um blue
ou
Ele não sabe gritar
ou
Uma sensação de perda
ou
Assovio no vento escuro
ou
Não posso fazer nada
ou
Registro dos fatos antecedentes
ou
História lacrimogênica de cordel
ou
Saída discreta pela porta dos fundos.

Essas frases a cima apresentadas por mim, retirada do livro, são sentimentos da personagem de nome feio, de aparência feia, raquítica, desvalorizada, mal amada, mal olhada... e tantos adjetivos do gênero. E em contraponto disso, temos uma personagem forte psicologicamente, batalhadora, humana, passiva...
E como estar, viver sobre influência de uma sociedade burguesa que nos impõe uma estética que não é ruim, mas que segrega o ser humano que deveria ser valorizado enquanto ser existente. Pra quem mergulha no ser do texto percebe-se pensamentos de Machado de Assis, Fernando Pessoa, Graciliano Ramos...
O que nos puxa para o livro é o título!.Clarice tem essa habilidade com esse jogo de palavras nos surpreendendo com um conteúdo totalmente diferente, onde trabalha diretamente na consciência do leitor, indaga o dia-a-dia, traz um espelho pra gente se ver, se auto-analisar.
Só na hora da morte é que Macabéia alcança a grandeza do Ser. A hora da estrela é a hora da morte.
E de quem é a culpa? É sua! A culpa é nossa. Não é dos marcianos. Marcianos somos nós. Sempre levanto essa crítica aqui.Somos ETs, maquinizados, temos a cabeça oca, somos animais no sentido mais pejorativo. Somos inúteis...

domingo, outubro 18, 2009

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We are the champions
My friends


Freddie

sexta-feira, outubro 09, 2009

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O artista é o criador de coisas belas.
O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.
O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para um novo material a sua impressão das coisas belas.
A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é um modo de autobiografia.
Os que encontram significações torpes nas coisas belas são corruptos sem sedução, o que é um defeito.
Os que encontram significações belas nas coisas belas são os cultos, para esses há esperança.
Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza.
Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros são bem escritos, ou mal escritos.
E é tudo. A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban ao ver a sua cara ao espelho.
A aversão do século XIX pelo Romantismo é a queixa de Caliban por não ver a sua cara ao espelho.
A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa alguma. Até as verdades podem ser demonstradas.
Nenhum artista tem simpatias éticas.
Uma simpatia ética num artista é um maneirismo de estilo imperdoável. Um artista nunca é mórbido.
O artista pode exprimir tudo. Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a profissão de actor o modelo.
Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas.
Os que lêem o símbolo, fazem-no a expensas suas. O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida.
A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que a obra é nova, complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está em consonância consigo mesmo.
Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil, contanto que a não admire. A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada.
Toda a arte é completamente inútil.


Recomendo leituras sobre Oscar Wilde, o autor que fala das Rosas."talvez a inspiração de muitos compositores". Aprendi a amar essa figura, e suas palavras me levam as alturas, e me faz refletir bastante. Reflitam também acerca desse prefácio que ele faz(fez) ao iniciar o livro: O retrato de Dorian Gray. E também, depois eu posto uma reflexão minha em cima do:O Rouxinol e a Rosa, que é um conto dele.É polêmico quando ele afirma " Que coisa tola é o amor".Mas agora pensem um pouquinho sobre os artistas (todo mundo é artista), e sinta-se assim como eu um inútil. Ressaltando que esse discuso dele é platônico(vem de Platão). Ney canta uma frase que diz assim: No fundo, no fundo eu sou um vira-lata(viralata),vagabundo.E agora, também, somos inúteis. Gente eu acho lindo isso.